A influência que cantores negros dão ao abordarem temas raciais

 Esse texto é um trabalho escolar da disciplina de Arte. O objetivo é se assemelhar com uma reportagem dentro de um jornal fictício. Por favor, seja compreensivo! Críticas construtivas são bem-vindas.

O racismo no Brasil e a importância da arte

Mesmo com a maioria da população brasileira se considerando negra - 54%, segundo o IBGE -, o Brasil tem um enorme problema com racismo, ainda que seja um dos países mais miscigenados e diversos do mundo. Por outro lado, a luta também é grande. Depois de diversos casos que viralizaram - como o entregador de delivery sendo vítima de injúria racial por um homem branco e rico -, o combate ao racismo estrutural têm tido mais visibilidade como nunca.

A influência norte-americana também foi de extrema importância para a relevância dessa pauta. Nos EUA, o racismo é tão comum quanto no Brasil, apresentando diversas ações problemáticas por parte de ambos os Estados, como a violência policial. O assassinato de George Floyd, em Massachusetts, inspirou a criação da hashtag #BlackLivesMatter (em português, #VidasNegrasImportam) e mobilizou milhares de pessoas por todo o mundo.

Como é de conhecimento geral, a arte acolhe toda e qualquer obra, inclusive as que tenham dentro de si uma crítica ou opinião de um assunto relevante na sociedade. O combate ao racismo com certeza é um desses temas, e é óbvio que toda a comoção inspirou diversas pessoas a demonstrarem sua indignação, repúdio ou qualquer outro sentimento em relação aos acontecimentos dos últimos meses.

Mesmo antes de todos os incidentes, já existiam representações artísticas que abordassem a vivência negra no Brasil, que, aliás, nunca foi fácil. A diferença entre músicas, pinturas, quadrinhos e outras obras dos anos anteriores, é que não tinham tanta visibilidade quanto têm agora. A repercussão dessas notícias fez a questão racial começar a ser mais buscada, em suas diferentes reproduções, alcançando a viabilidade que merece.

Artistas inspiradores

O (nome do jornal) separou para você alguns artistas cantores e rappers que falam sobre como é ser negro no Brasil, morar em bairros periféricos ou enfrentar a violência e criminalidade. Com um sistema educacional focado sempre em figuras brancas, não é comum haver representatividade negra e, consequentemente, incentivo a crianças negras a seguirem carreiras de sucesso. O ramo artístico, embora tenha suas complicações particulares, sempre é uma opção na cabeça dos jovens. Por esse motivo, é importante que haja uma inspiração semelhante, a qual mostra que, apesar de tudo, valerá a pena.

Assim pensava o Racionais MCs, que, convidados pela Secretaria da Educação de São Paulo, foram para as escolas públicas paulistas em 1992 falar sobre racismo, violência e criminalidade. O projeto “RAPensando na Educação” contribuiu para a conscientização dos estudantes com as mesmas mensagens que levavam em suas músicas.

Racionais MCs foi um dos maiores grupos de hip-hop do Brasil. Suas letras diretas mostram a perspectiva do Brasil socialmente e a clara desigualdade dada pelas dificuldades de se viver na periferia e a facilidade em se envolver na criminalidade com as condições precárias de vida, representando o descaso do governo com as menores classes socioeconômicas. "Crime Vai e Vem" e "Eu Sou 157" são exemplos de canções que retratam tal realidade.

O abismo racial segue sendo tema também nas músicas de Emicida, uma das maiores revelações do hip-hop nacional. Surgiu nas batalhas de rima de São Paulo, e vem mostrando até hoje questões raciais, de gênero e econômicas, além também de apropriação cultural, como canta em "Bang!", de 2013. Apesar de retratar temas como estes, ele não abandona seu discurso politizado e tem facilidade em se flexibilizar e transita entre diferentes gêneros musicais, aproximando-se de artistas que tenham outras lutas e quebrando as bolhas sociais.

Como uma das mais altas vozes na luta contra discriminação social, Projota fez e continua fazendo história. Vindo das batalhas de MC em São Paulo, o rapper tem muita influência quando diz respeito às situações que milhares de brasileiros vivem todos os dias, como em “O homem que não tinha nada”, hit de 2014; faz jus a história em que um homem pobre, porém trabalhador e humilde, teve um final trágico por simplesmente ser quem era.